
Bocas secas e sedentas de vontades
Mãos algemadas derramando lagrimas e horror
clamam por liberdade
nos alimentamos com mentiras e insatisfações
Devemos nada a ninguém mas ninguém nos escraviza
Por que esse tal de ninguém vive a nos chicotear com verdades abruptas e dolorosas?
Sentimos muito se algo a ti foi feito em um passado recente
Nunca que gostaríamos de estar lhe servindo, mas dependemos de sua “piedade” e sem nenhuma cordialidade e muito menos solidariedade você nos finge afagar as dores insossas que derrubam nossas lagrimas.
E mais um se vai, no baixo escuro do marítimo cruzador.
Em terra de mestiços crescemos, mas nela não podemos dizer que vivemos, pois a um canto pouco arquitetado de tetos negros com cheiro de mato tentamos nos esconder e Sub-viver tentamos nos defender, mas ora nos defendem, ora nos destroem.
Em pensar que éramos afagados pelos iluminados deuses de nossas cabeças e hoje temos que mostrar vergonha desses
E mais um som vem do fundo da casa de ‘chorinho’.
Disfarçamos nosso choro e o colocamos em frente a nossa casa
Mas é nos fundos que nos divertimos como sempre, nos escondemos e dentre nós há a vida.
Vida essa, que por ora cansamos de oculta-la.
É hora de expor ao mundo dos ‘ claros’ e ‘privilegiados’ por nascimento que somos como todos, como qualquer habitante.
Então meu povo, rasgue essa roupa que vos diferencia e lutai.
Lutai pelo que é teu
Pelo seu poder de ser..
NEGRO