segunda-feira, 18 de outubro de 2010

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O tempo, que estava lhe negando todo um passado, passava rapidamente por ela levando horas, minutos e lembranças a girarem sem qualquer sentido sobre si mesmas. Para a Mulher, a impressão era de que havia passado toda uma vida sentada ao pé daquela árvore, mas havia sido apenas algumas horas, o suficiente para notar que o sol começava a apresentar os primeiros sinais da fadiga em brilhar por todo um dia. Ela sabia que precisava de um lugar para passar a noite que se aproximava e em breve se instalaria. Olhou cansada, novamente em direção ao galpão e viu “Será uma escada? É isso mesmo?” e levantou em direção ao que enxergava. Atrás de algumas caixas e encobertas por restos de fuligem e plantas, uma velha escada de madeira escondia sua vontade de subir. A Mulher então, ergueu pesadamente aquela grande escada até alcançar o telhado do galpão e subiu.
- Olavo.

Será que eu já me perdi mais uma vez ?


E quem sabe depois de um bom tempo eu volto aqui, depois de tantas tormentas e naufrágios, de tantas perdas e tantas besteiras, depois de tantos risos e tantas lágrimas.

Ha dias não durmo direito, acordo sempre pela noite a fora, levanto e vou até a cozinha bebo água e tento voltar a dormir, e quem disse que eu consigo, minha mente fica girando tanto... Mas tanto, é algo que absurdamente me preocupa.
Sinto como se eu fosse passado de tantas pessoas, e eu não consigo ser o presente para elas. Eu sei que memórias não somem assim, porém eu me sinto inválido muitas dessas vezes que eu penso... Eu já me abandonei tantas vezes para tentar ser alguém que eu sempre quis ser nunca fui, ando me perdendo em meio a tantas coisas que eu quero dizer, que tento escrever, dormir seria o que eu preciso, porém a minha insônia não permite.
Só precisava achar alguém que compartilhasse disso comigo, passaríamos as madrugadas acordados, fazendo sabe - lá Deus o que.
Não quero mais ser passado de ninguém, apesar disso ser imensamente impossível, as pessoas sempre partem e nos deixam para trás.