quarta-feira, 4 de maio de 2011

COITADO.



O ar já lhe faltava. Sentia dores em seus pulmões era algo desesperador os olhos lacrimejavam as marcas do seu corpo ainda escorriam sangue quente e forte, pernas, braços e todos os outros membros extremamente trêmulos não entendia o que estava acontecendo, sentia o suor frio junto ao sangue escorrer por todo seu corpo. Até que em um baque ele acorda. E vê que tudo não passou de um pesadelo.

Um pesadelo que se estendeu por seis noites seis longas noites que o fizeram sofrer sem ao menos entender o que se passava.

Ao sétimo dia, caiu a dormir como sempre, em sua cama velha com colchão tão antigo e puído que as espumas que ali deveriam se encontrar a muito já se desfizeram.com sua garrafa d’água no chão próximo ao beiral da cama ele deitou-se de bruços. Agarrou teu travesseiro que aparentava ser o único objeto na casa que havia sido lavado, e mesmo assim por sua vizinha muito gentil que em uma visita disse que levaria suas roupas de cama para lavar.

As roupas limpas ele nunca usou, e o travesseiro não houve outra opção.

Aprofundou-se mais uma vez em seus sonhos, porém desta vez fora algo diferente.

Pela primeira vez se dava de frente com o que ele sempre sonhou de sua vida.

Família reunida e grande, amigos bebendo e conversando tudo que sempre idealizou e em pequenos milésimos de segundo tudo se desfizera como areia no vento. Foi ao chão de joelhes, e percebera que havia ajoelhado em vidro, era o vídeo de um porta-retratos, no qual tinha uma foto dele, sua filha mais velha e seu filho mais novo abraçados e a mãe das crianças junto, todos sorrindo como se tudo aquilo um dia realmente não fora apenas um sonho.

Quem o visse apenas dormir viria teu sorriso, coitado parecia um cachorro ressonando, mexia boca, focinho e patas

Aparentemente aquele foi teu ultimo sono. Sangue escorreu de teus olhos boca e narinas, porém desta vez foi real, achamos que ele optou por ficar onde tudo era real. Sua família filhos e amigos o abraçaram.